Por favor, Faça valer o nosso Direito”. Chega de assistir a tudo isso de braços cruzados. “O povo merece respeito”
Uma mulher Chama-se Tânia Moritz... Teve sua frase usada, exaustivamente usada, na mídia hoje. Ela reclamava um direito e fez Maria João pensar.
Maria João está há dois dias, em casa.
Não foi a aula.
E perdeu seu pobre dia de trabalho.
Não viu seus amigos e nem foi aos cursos de aprender a ser gente.
Mas Maria, Mas João, Mas Maria João... Vê...
Diverte-se e pensa...
Será que povo ainda tem noção da força que tem.“O povo merece respeito”.
A cidade está um Caos.
C - A - O - S !!!!!!“
Chega de assistir a tudo de braços cruzados”.
Nada anda, nada corre nada funciona, tudo parado...
Ela ri, quer subir no carro de som, também quer um megafone...
Procura a primeira página do jornal, o noticiário da tv, tem mais povo pensando, brigando, tomando espaço e gritando ...
Maria João perdeu o dia de trabalho, não vale muito mesmo, não paga nem o ônibus.
Ela hoje e ontem não viu os ônibus andarem
Todos, todos os Motoristas e Cobradores parados, chamando pelo “Façam valer o nosso Direito” Esse direito, essa força de ser gente e de saber que não se nasce pra ficar acorrentado ao trabalho.
Gostaria que a costureira que lhe ensina a dar pontos certos, também tivesse essa força e entendesse que povo, é ela, é o estudante sem dinheiro, ou sem sonho, que o povo é a tia da faxina, é o moto boy, e a merendeira do colégio, que povo é o artista que só tem a noite pra sua arte, que é o professor em sala nos três turnos. Dona Tânia Moritz, a auxiliar de serviços gerais, que trabalha muito e não podia chegar atrasada, também é. O cobrador é povo, e o motorista também é. Ele lamenta que o povo fique parado, sem ônibus e motorista, mas assim eles conseguiram mostrar, Todos... Todos eles, assim meio de repente, e fazendo um barulho bom de ouvir, num quase acampamento na frente dos terminais, que tem gente que ainda lembra que é povo. E povo ainda pode gritar e fazer parar.
Maria João percebeu, que Dona Tânia, falava a mesma coisa, que o motorista e o cobrador em greve.
... E os ônibus não andaram em Blumenau, e Blumenau, ficou congestionada, e se andou a pé, de bicicleta e de carona em Blumenau.
E todo um povo, alguns até sem saber, pararam... Porque tem gente que não agüenta mais trabalhar tanto e não ter tempo de viver.
Os motoristas e Cobradores das empresas de ônibus de Blumenau, ainda querem viver.
E Maria João, aplaude e joga baquetas no ar, parte pra aula amanhã em sua velha bicicleta aposentada num canto.
Maria João ainda sente o vento no rosto. E grita...
Nós “ povo” merecem respeito
3 comente ...:
E o povo parou....e conversou...e pensou um pouco sobre essa cidade...sobre essa nossa vida Conversa no ônibus " Porque a vida não é só trabalho não, agente é pobre, mais também quer viver, tem mulher, filho, tem família....."
E Macabéia sorri ao escutar tudo isso....e sonha com novas possibilidades de fazer a cidade parar...por dois, três, quatros dias...para que se possa pensar sobre essa nova vida.....
Que sentimento maravilhoso invade meu peito em ver a classe mais linda e mais bela se organizando,,,
Ventos soprados pela classe trabalhadora, rompendo os pequenas cercas do capital,,,tendo coragem para enfrentá-lo.
Como queria eu, estar junto com este povo bonito e sofrido, gritando nas ruas de Blumenau. Fisicamente estou longe, mas ideologicamente perto e torcendo para que isso seja o prenúncio de transformação nesta cidade que um dia Florestan Fernandes afirmou ser um laboratório de novas experiências sociais e econômicas do seculo XXI,,,
Adorei o texto!
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