Sarau Literário !

sábado, 16 de junho de 2007

Nercinda Rocha começou a se preparar bem cedo, não queria perder nenhum detalhe, escolheu seu xale mais colorido, apesar da noite quente para esses dias de outono.

Semana dos Namorados, na Biblioteca Fritz Muller, encerramento com sarau literário.

O bosque iluminado, colorido em luzes, orquestra na Rua, coração inflado, flores, todos vestidos a
rigor.

Dançarinos, tango e salsa. Somos latinos, mais que americanos, nessa noite de música e palavra, Nercinda sente.

Tudo tão bem preparado, sentido, trabalho feito por gente que ama e que sente a literatura nessa cidade, Nercinda Rocha se emociona, fica feliz por poder estar ali.

Textos, vozes, música, bebidas e sabores, somos descendentes desse povo, que povo? Fazemos parte dessa dita cultura latino americana, mas somos também esses povos primeiros. Escrevemos, incorporamos essas línguas não latinas, desse jeito indígena. Desses povos primeiros...

A Caixa de som gigante estava lá. Como nas janelas dos pequenos vilarejos da Colômbia. Nercinda Rocha escutou quando Urda falava desse povo. Escutou e se emocionou quando Urda falou, porque ela é mais que uma contadora de histórias, ela carrega as histórias em barcos e praias iluminadas, de dentro de sua mochila, ela traz a história dos livros que viveu. Ela vive a literatura desse povo.

Dançamos, com os quadris e com o dorso também.

E Nercinda Rocha escutou, e também questionou o que é dito. E nas falas do professor, reconheceu sua gente, sua magoa, é Viegas, somos mais que aquilo que nos dizem. Temos outros nomes, outras palavras, outros gestos por aqui e eles não estão nos dicionários de latim.

Nessa mesa tão bonita, com frutas, (são frutas dessas nossas terras) nas corres da roupa da menina que tocava, (são cores nossas aqui misturadas, em pele e coração). E até nossa palavra, literária, salgada em mares caribenhos ou atlânticos, em versos guaranis e castelhanos, aqui se beija em várias nações, e não são só latinas. Nossa palavra não é só dita, nossa poesia é mais ampla... Que o que nos deu o nome... Latino Americano...

E Nercinda Rocha, se enrola em seu xale, bebe mais um gole de vinho e declama um verso do Neruda só pra ela.

4 comente ...:

Maria João disse...

Naquele dia... As palavras em traços tortos não ficaram presas no caderno de Maria João, elas ficaram livres... Dentro dos baldes, na boca dos poetas e poetisas e na música que Maria João dançava.

Poderia haver eventos assim todos os meses!

Anônimo disse...

Eu sempre fico sabendo dessas coisas, depois que aconteceram!!!

Anônimo disse...

Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.

Dionisio_Ceres disse...

Ola amiga...obrigado por seu coment�rio...somos todos loucos...loucos por liberdade....pode deixar passarei o endere�o de seu blogger...Bjus
Wellington