Compras de Natal

sábado, 22 de dezembro de 2007

A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. Enche-se de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões que não sobem, anjos e santos que não se movem, estrelas que jamais estiveram no céu.As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano inteiro: enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que possam representar beleza e excelência.

Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em pobres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil anos, num abrigo de animais, em Belém.

Todos vamos comprar presentes para os amigos e parentes, grandes e pequenos, e gastaremos, nessa dedicação sublime, até o último centavo, o que hoje em dia quer dizer a última nota de cem cruzeiros, pois, na loucura do regozijo unânime, nem um prendedor de roupa na corda pode custar menos do que isso.

Grandes e pequenos, parentes e amigos são todos de gosto bizarro e extremamente suscetíveis. Também eles conhecem todas as lojas e seus preços — e, nestes dias, a arte de comprar se reveste de exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o incognoscível, o transcendente. Não devemos também oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a graça destes presentes parece consistir na sua desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de sabonetes desodorantes para o suor da testa com que — especialmente neste verão — teremos de conquistar o pão de cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto extremamente raro e caro, que não sirva a bem dizer para coisa alguma.

Por isso é que os lojistas, num louvável esforço de imaginação, organizam suas sugestões para os compradores, valendo-se de recursos que são a própria imagem da ilusão. Numa grande caixa de plástico transparente (que não serve para nada), repleta de fitas de papel celofane (que para nada servem), coloca-se um sabonete em forma de flor (que nem se possa guardar como flor nem usar como sabonete), e cobra-se pelo adorável conjunto o preço de uma cesta de rosas. Todos ficamos extremamente felizes!.São as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável — apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo.



Cecília Meireles

Texto extraído do livro "Quatro Vozes", Editora Record

Modigliani

domingo, 25 de novembro de 2007



Vou admitir publicamente que tenho uma predileção por artistas plásticos que pintavam seus amantes, que desenhavam , coloriam pessoas e momentos...

Tenho um fascínio quase hipnótico observando as peças de Rodin, me emociono com peças sensuais, com retratos de mulheres curvilíneas, ou amantes abraçados e seduzidos um pelo outro ... me encanto por Klimt e suas mulheres, Anita Malfatti e seus Torsos ;

Neste fim de semana encontrei mais um desses fantásticos artistas, que transformam suas amantes, suas mulheres ou as outras mulheres em obras-primas...

Amedeo Modigliani, através do filme retratado em um drama emocionante ... com Andy Garcia, no papel do fantástico artista plástico, me deixou curiosa... e me fez passar a tarde procurando mais de suas telas na internet...

Expressionista, Modigliani me encantou com desenhos femininos, cheios de cor e movimento, foi um homem que amou, bebeu, exagerou, viveu no limite, entre a arte e a vida ...

Nercinda Rocha ... ainda vê beleza ....

Semana da Consciência Negra

sábado, 17 de novembro de 2007



Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra.
A data não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.


Embora em Blumenau, se plante uma idéia de falsa germanicidade, e embora alguns dos ditos alemães daqui sejam tão falsos quanto os cabelos de nossas fridas oxigenadas ... algumas histórias começam a ser desvendadas... ou reveladas ...

O Jornal de Santa Catarina publica esta semana uma série de reportagens sobre os negros na região ...

E na programação da Semana da Consciência Negra ... um bom espaço para a discução na fala da Diretora do Arquivo Histórico Suely Petry, “A história do negro e sua chegada em Blumenau"

Nercinda Rocha sabe que não só de salsichão se construiu essa cidade e espera curiosa para assistir e ler ...

E viva Zumbi e todos os negros que tem a consciência da sua cor e da nossa história !

Para quem não gosta de tv ...

sábado, 10 de novembro de 2007

Dia desses, desses em que eu estava tentando esquecer que sou gente, liguei a tv, sintonizei a velha fonte de luz azul, com antena próvisória e imagem cheias de chuviscos, na única coisa aproveitável naquela hora na programação da tv aberta, o bom e tradicional preferido de todos que não gostam de novelas e reality tolices " Recorte Cultural ", a entrevista era com Marcelino Freire, xeretando na net descubro o Blog do escritor http://www.eraodito.blogspot.com, e o texto violento como um soco no estomâgo, que ele lia durante o programa !



ESQUECE

Violência é o carrão parar em cima do pé da gente e fechar a janela de vidro fumê e a gente nem ter a chance de ver a cara do palhaço de gravata para não perder a hora ele olha o tempo perdido no rolex dourado.

Violência é a gente naquele sol e o cara dentro do ar-condicionado uma duas três horas quatro esperando uma melhor oportunidade de a gente enfiar o revólver na cara do cara plac.

Violência é ele ficar assustado porque a gente é negro ou porque a gente chega assim nervoso a ponto de bala cuspindo gritando que ele passe a carteira e passe o relógio enquanto as bocas buzinam desesperadas.

Violência são essas buzinadas e essa fumaça e o trânsito parado e o outro carro que não entende que se dependesse da gente o roubo não demoraria essa eternidade atrapalhando o movimento da cidade.

Violência é você pensar que tudo deu certo e nada deu certo porque quando você vê tem um policial ali perto e outro policial ali perto querendo salvar o patrimônio do bacana apontando para a nossa cabeça um 38 e outro 38 à paisana.

Violência é acabarem com a nossa esperança de chegar lá no barraco e beijar as crianças e ligar a televisão e ver aquela mesma discussão ladrão que rouba ladrão a aprovação do mínimo ficou para a próxima semana.

Violência é a gente ficar com a mão levantada cabeça baixa em frente à multidão e depois entrar no camburão roxo de humilhação e pancada e chegar na delegacia e o cara puxar a nossa ficha corrida e dizer que vai acabar outra vez com a nossa vida.

Violência é a gente receber tapa na cara e na bunda quando socam a gente naquela cela imunda cheia de gente e mais gente e mais gente e mais gente pensando como seria bom ter um carrão do ano e aquele relógio rolex mas isso fica para depois uma outra hora.

Esquece.

*****

E Eu Nercinda Rocha .. não esqueço

Corra.. corra .. antes que acabe tudo..

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Para Respirar Cultura, neste final de semana teremos uma programação intensa de Teatro...
Para os ferrados de grana a entrada da Mostra de teatro amador é Gratuita!
Muita coisa né ... nós do gritosesussurros, indicamos Amor por Anexins (sábado 19hs) e Valsa número 6 (sábado 14hs) .. o grupo é de Itajai e amigo do BLOG!
De quebra para quem gosta de música.. também tem CIRCO ACÚSTICO

Sábado 10/11/07 Espetáculos da categoria Juvenil/Adulto da 4a Mottab (Entrada Gratuita) Auditório Carlos Jardim da Fundação Cultural de Blumenau 10h Drama Musical Fantoches – Red Blue Grupo de Teatro - Blumenau (20 min)

11h Desgraças à beça – Grupo de Teatro LAY - Blumenau (30 min)
14h Valsa nº 6 – Grupo GEMA – Itajaí (40 min)
15h Monólogo de dois apaixonados – Kriska Grupo de teatro – Blumenau (40 min)
16h Espírito da morte – Grupo G-Tem – Brusque (40 min)
17h Profannus – Grupo Faces do teatro - Blumenau (40 min)
18h O operário em construção – Gerson – Pomerode (30 min)
19h Amor por Anexins – Grupo GEMA – Itajaí (40 min)

20h CIRCO ACÚSTICO, banda Divisão 4, no Pátio da Fundação Cultural de Blumenau. Ingressos R$ 3,00 e um livro ou brinquedo usado.
21h TEMPORADA BLUMENAUENSE DE TEATRO, espetáculo Superfície – Grupo Trama – Indaial. Ingressos: R$ 3,00 (filipeta), 5,00 (meia) e R$ 10,00 (inteira) Auditório Carlos Jardim da Fundação Cultural de Blumenau D

Domingo 11/11/07 Espetáculos da categoria Juvenil/Adulto da 4a Mottab (Entrada Gratuita) Sala de Teatro Edith Gaertner

14h Espelhos – Enigma Teatro & Cia – Ibirama (40 min)
15h A bicharada do Barril – Grupo de Teatro Arteiros – Blumenau (30 min)
16h Com certeza – Grupo Improviso – Gaspar (30 min)
17h Valsa nº 6 – Enigma Teatro & Cia – Ibirama (30 min)

18h20min DEBATE GERAL seguido pela premiação da categoria Juvenil/Adulto da 4a Mottab

19h Espetáculo AQUELAS DUAS, do Grupo Depósito de Teatro (RJ) Quarta etapa do Palco Giratório do SESC. Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada) * Participantes da Mottab, apresentam o crachá e entram gratuitamente no Palco Giratório

Para os homens de êxito ...

domingo, 4 de novembro de 2007


Janela sobre um homem de êxito
* Eduardo Galeano

não pode olhar a lua sem calcular a distância.
não pode olhar uma árvore sem calcular a lenha
não pode olhar um quadro sem calcular o prego.
não pode olhar um cardápio sem calcular as calorias
não pode olhar um homem sem calcular a vantagem
não pode olhar uma mulher sem calcular o risco.


***************************************************

" Nercinda Rocha Liga preocupada.
- Oi ! ... vou me atrasar, se tiver muita gente você pode comprar o ingresso para mim ...
No outro lado a voz amiga responde:
- Ai sua tola, que preocupação besta, veio só a gente e os outros que sempre vem...

Às vezes desamina dar murro em ponta de faca o tempo todo nessa cidade, ás vezes da vontade de dizer, vão morram com a fluoxetina enterrada no peito, vão, vão ser homens e mulheres zumbis, gente mais morta que viva ... ás vezes da vontade de deixar tudo e esperar a dita civilização de êxito morrer afogada no cotovelo do rio "

“Ainda não se pode viver Arte de verdade, ainda não se pode ser gente além da curva e do cotovelo do rio.

- Artistas só aqui! Deixem o resto da cidade morrer em paz.

Ganhamos um espaço, pequeno e isolado, dividido com as placas: - Cuidado capivaras !”


Nercinda Rocha ... ainda derruba as placas ...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Maria João já colocou seu CD de blues para tocar... Nesse feriado rola Bluesmenau festival de blues no pavilhão da EXPOFAIR ... A entrada é gratuita, assim vai até vai sobrar dinheiro para dar um escorregadinha na abertura do mottab, que inicia nesse sábado com o espetáculo convidado: Entardecer, do Grupo Dionísios, de Joinville-SC.


Ingressos: R$ 10 reais (inteira) e R$ 5 reais (meia-entrada). As demais aprensentações são gratuitas.


Para Maria's e João's que vivem sem dinheiro, mas não sem arte!


***E para quem também quer curtir um Blues: http://www.bluesmenau.com.br/
E Maria João ainda decide...



Calma ...calma... calma, que bagunça é essa ???

domingo, 7 de outubro de 2007

Três de uma só vez isso é bem coisa das meninas desse blog.
E que negócio é esse de furtar minha senha dona Maria João??
vcs não tem jeito ...

Quero deixar bem claro, estou levemente alcoolizado, mas plenamente lúcido.

Vamos ler, divulgar, contribuir ... Tudo aqui no Gritos ...


** É só escorregar o mouse barra abaixo

Artigo Arquivo Histórico.
Delírios de Rosa Mistica na Cidade.
Indicações da Maria João.
Pic Nick no Parque.


Ah ... e nós que copiamos as coisas de todos os blogs possíveis e linkamos todo mundo ... também aderimos a campanha por uma internet mais recíproca. Usura Não!

Arquivo Urgente!

sábado, 6 de outubro de 2007

O Artigo abaixo escrito por Ricardo Machado* é uma apelo há uma causa que parece justa ... a pesquisa histórica depende de documentos, principlamente para confiar legitimidade aos fatos, é lamentável considerar, a falta de valorização desses documentos que comprovam uma história antes mesmo que alguém a escreva ...


Blumenau tem uma relação muito particular com sua própria história. O mais curioso é que esta relação consegue articular uma exaltação e desprestígio ao mesmo tempo.

Por um lado, a cidade produziu para si uma identidade que busca constantemente se justificar em aspectos históricos. Esta concepção de identidade é reafirmada cotidianamente na cidade através de um discurso que sustenta a política cultural e turística local, exaltando determinadas características e invisibilizando outras. Por outro lado, a cidade tem uma política que deixa muito a desejar no que se refere a conservação de documentos históricos. Para visualizar isso, basta visitar rapidamente o Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.

Foi no final dos anos de 1940 temos a organização inicial de um arquivo público em Blumenau. Nos anos 70, já com o nome de atual, o arquivo tornou-se uma referência nacional quando se trata da imigração do século XIX para o sul do país. Por isso, é comum encontrar em suas dependências pesquisadores de várias regiões do Brasil e até mesmo de vários outros países. Basta lembrar que seu acervo não se refere somente aos limites da atual cidade de Blumenau, mas, sobretudo aos limites da antiga Colônia Blumenau, isto significa que a documentação de diversas cidades de Santa Catarina se encontra aqui concentradas.

Mas, a sua situação é triste. Apesar do empenho pessoal de seus funcionários, nas últimas décadas o arquivo vem sendo desprestigiado pelo poder público. Este desprestígio tem resultado em sua quase completa inviabilidade: os pesquisadores não conseguem mais pesquisar; os funcionários estão com suas condições de trabalho precarizadas (inclusive colocando em risco sua saúde), a documentação não possui mais espaços adequados para sua conservação e o próprio prédio em que se localiza não tem a sustentação arquitetônica necessária para tal empreendimento.

Está mais do que na hora de discutirmos seriamente uma política patrimonial e de conservação documental para a cidade de Blumenau. Mas para isso, em primeiro lugar, o poder público precisa tomar esta como uma de suas prioridades. É urgente a necessidade de construir um diálogo com os historiadores, as universidades e entidades locais buscando viabilizar alternativas concretas para o Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.

*Mestre em História e professor da FURB.

deLIRAR é POssível ... Rosa Mística vai a cidade .. e encontra NANNO giganthi

Sabe aquelas noites que Rosa Mística sai loucamente pelas ruas da cidade a distribuir suas rosas e espinhos! Aaaahhh ... essas noites sempre uma história para contar..


.. pois é, estava ela, Rosa sentada na mesa de um bar (um dos poucos q ainda não foram tombados na Antonio da Veiga), quando derrepente é largado em sua própria mesa, vários livros e muita literatura!



A surpresa boemia é Ernani Maurício Fernandes .. de passagem pelas cidade o escritor, filósofo e poeta .. está compartilhando com toda gente desta cidade sua literatura "MARGINAL", e porque não, "PROFANA"!
é sim ..Ernani profaneia a depressão humana.. "Ridiculamente, Sou um utópico que insiste no extermínio da miséria. Sou um pobre sonhador (...)"



E por tanto não se assuste se até esta segunda esbarrar por aí, numa mesa de bar qualquer, com tal figura lunática ... Como Rosa, vai pedir para que ele sente a mesa e compartilhe entre goles e outros, de uma cerva bem geladinha, um pouco mais de sua história! E o risco que correrá .. É de VIRAR A NOITE! surtando, delirando, zombando, rindo a toa!
Nanno Giganthi, o seu nome literário, profaneia, celebra sua própria liberdade... está solto pelo Brasil e sempre de passagem em alguma cidade. Chegou em Blumenau, meio triste, porque em poucos dias perdera sua mãe, Carmem, circense, cigana, e também mulher do mundo...
Mas a vida segue ... e quem quiser conhecer a OBRA de Nanno.. pode entrar no site PENSO na REDE logo Existo, que é http://www.nannoernani.com/..
Ou ainda ir no PIQUINIQUE VEGA
às 15 horas no parque Rudiger...
Rosa fez o convite ao novo amigo da boemia,
e espera encontra-lo lá!
VAMOS TORCER PARA QUE ELE VENHA!

" Linkando " hoje por Maria João ...

Pelo que sabemos Dante Dores deve estar por algum canto dormindo bêbado, talvez esta época seja a que ele é mais ele ... um boêmio de sarjeta, fedendo o cheiro real dessa cidade, nessa época ele pode ser um louco gritando infâmias... e já que ele não dará sinais de vida tão cedo, eu João ou Maria, roubei a senha dele ... que a minha como senha adolescente não permite nada e estou aqui para fazer o papel de divulgador interino deste site. Hoje indicações de alguns novos ou velhos que a gente andou xeretando...
Coisas de Marias e Joãos do mundo a fora...


Música: http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/oteatromagico/
O Teatro Mágico ... Para que gosta de circo, de poesia e de Mpb ... música colorida, divertida, brincando com tudo, amor, arte, vida ...

Literatura : http://www.falacoes.blogspot.com/
Blog do Labes, ele fala sobre a literatura em Blumenau, o último post sobre Maicon Tefen ... e seu “Um Cadáver na Banheira” , Labes tem um jeito sério de escrever, bem acadêmico ... metido a intelectual ... mas tem publicado ótimas entrevistas e artigos em seu espaço no overmundo e também no blog, tem conseguido falar de algumas verdades culturais que o povo de Blumenau ás vezes teme em discutir, a gente grita e aplaude ...

Cinema: http://www.blogdeblindness.blogspot.com/
Fernando Meirelles... sim ...ele mesmo, ele também é um blogueiro, neste site está escrevendo sobre a produção do seu novo filme ... Ensaio Sobre a cegueira ...Baseado no livro do José Saramago ... dá pra acompanhar um pouco do processo de criação... simplesmente fantástico ...

Mais um pouco de Arte e Cultura : http://frentedaculturasc.blogspot.com/
Informações de todos os gêneros do que está acontecendo em Santa Catarina, o blog é atualizado á todo momento, há a possibilidade de se cadastrar também no grupo de discussões do site.

Se quiser .. tem mais ... muito mais ... deixe de ser bêbado de oktober como o Dante e dê uma olhada em nosso blogroll.. os sites citados acima estão todos lá ...

Vegetarianos e simpatizantes

sexta-feira, 5 de outubro de 2007





... nada de churrasco de domingo ... um dia sem cadáveres no lanchinho da tarde ...

.. este pic nick é uma ótima oportunidade para as pessoas chatas que ficam o tempo todo falando que quem não come carne fica doente ....

venha ver mulheres lindas e saudáveis ... homens sarados e gostosões ...
sem adição de carne de outros animais ...



Eu que brinco de Maria e João ... vou levar minha especialidade ...
sanduiches de palmito com tempero verde !

Antes que as Bandinhas cheguem ....

sábado, 29 de setembro de 2007

O melhor das horas extras é sempre poder fazer de conta que se trabalha, ganhar mais por isso e poder usar para beneficio próprio, os serviços da empresa ... hoje vim trabalhar com o pretexto de faturar a exportação e estou aqui terminando de ler os jornais, tomando café com biscoitos, usurpados do show room e utilizando a net discaradamente...

pequenas concessões do sistema á este peão de escritório.


Mas nem tudo é café amargo e vencido no faturamento, nem tudo são matriciais barulhentas, gritando cifras... temos coisas respiráveis para este fim de semana ... e para o próximo também ... para os que não gostam do som harmonioso e lamurioso das bandinhas alemãs eu recomendo ... aproveitem bem ... porque logo, logo ... só tem vez para elas ...


* Hoje ainda tem Fenatib que segue até amanhã ... vale a pena dar uma olhadinha na programação: http://www.fcblu.com.br/fenatib/?sub=65 tire as crianças da frente do computador e da televisão ... mas já aviso ... pode ser que você goste mais das peças do que elas ...

* Hoje também tem Cinema na Furb ... iniciativa de alunos(as) do 4º semestre de Ciências Sociais é só procurar pelo Campus I – Bloco F – Sala 101 o filme começa a rodar pontualmente ás 14:00 horas ( dá tempo de ver o filme e depois ir para o festival )
O filme de desta tarde é “ A história Oficial” sobre a Buenos Aires dos anos 80.

* Á noite tem Shown do Faichecleres .. evento rock ... realização... Barba Ruiva produções ... http://www.fotolog.com/barbaruiva_ para quem curte muito deboche e som com influência dos anos 60.


* Banda Swami no Circo Acústico, lá na fundação ... com aquele climinha gostoso de circo de interior .... hoje ás 20:00 hs

* E dia 5 ... o evento esperado pelas meninas deste blog ... que são umas metidas a praieiras: Show com o Grupo Cultural TARRAFA ELETRICA no Donna D bar ...

* A Exposição de Fotografias Três continua no Ibes até dia 11 ...

* A mostra Pretexto Contemporâneo continua na Fundação Cultural até dia 20 se ainda não foi, vá ... o Blog destaca os desenhos de Daiana Schvartz, que tem um estilo extremamente único .

... bom só ficou em casa quem quis ... e eu que ainda tento respirar ... vou dar um jeito de liberar essas maldita exportação para aproveitar o final de semana.


Dante Dores ... ainda conseguindo burlar os sistemas de web segurança ...

p.s: se você procurar por ai ... ainda encontra mais coisas ... desista do Shopping ... com a nova fachada ele ficou ainda mais sem graça !

Pequenas Coisas

sábado, 22 de setembro de 2007



Foto: Sementes do Ar ... De Dieter Heiss
http://www.flickr.com/photos/weboss/


E ando eu aqui, vivendo de pequenas coisas. Plantando flores, regando sonhos, amando amores. Pequenas coisas. Nada concreto, tudo passageiro, leve como vento. Houve um dia, não muito distante, tampouco perto assim. Um tempo desses, pintado a giz de cera, que se acreditava que devíamos deixar as pequenas coisas, que um dia chegaríamos lá.

- Aonde?
- A LIBERDADE


Porém para atingirmos a liberdade, devíamos cerceá-la por um tempo, discipliná-la, seguirmos a norma. Para que no grande dia, quando tudo que aprisionasse fosse destituído, poderíamos viver todos coletivamente, a tão sonhada liberdade! E muitos morreram! Alguns de fome, outros de desespero, e muitos de convicção. Indústrias foram criadas, idéias foram fábricas, pessoas foram disciplinadas.
Disciplinar para liberdade! Parece contradição?! Para aqueles que morreram em nome da causa, da luta, da liberdade, era a solução. Para mim também! Um dia acreditei nessa tão sonhada liberdade, e como acreditei! Era minha religião ao avesso.E por um longo tempo foi assim, sendo sucumbida pela causa.A causa a sucumbir. Isso até descobrir as pequenas coisas!! Quando? Não me pergunte, há tempos tornei-me alheia a essa forma de denominar o tempo.Essa forma já não é o que conduz a minha história, o que a explica. O que conduz a minha história,são as pequenas coisas, vividas em segredo, em silêncio oculto. Para que não possam roubá-las de mim, codificá-las, transformá-la em forma.

Essa é minha liberdade!

Minhas pequenas coisas... Momentâneas... Passageiras... inebriantes

Dizem que o primeiro passo para se tornar livre, é enlouquecer. Ás vezes penso que essas pequenas coisas, são minha forma de enlouquecer, em pequenas dozes. Para um dia atingir a plenitude humana, enlouquecer-se por inteiro. Mas enquanto não a alcanço, fico aqui a viver de minhas pequenas coisas. Plantando flores, regando sonhos, amando amores. Pequenas coisas. Nada concreto, tudo passageiro, leve como vento, como só podem ser as pequenas coisas...

Melhor ... Muito melhor ....

quinta-feira, 13 de setembro de 2007


O texto abaixo ... foi discaradamente copiado de um outro Blog ...
www.blog.costadessouza.com ... Blog do Daniel ...

Daniel ... a gente avisa que copiou e cita, pede desculpas e avisa ...
É por uma boa causa !!!!




Melhor mulher do Brasil

Eu a reconheço de longe, mas experiências com outros empresários blumenauenses me fazem temer um encontro caloroso com a dona do Estúdio Criação. Chegamos mais perto e dou um oi apreensivo. Ela:

- Oi! Que foi? Tá economizando sorriso?

Sorrio e ela aprova.

Conheci Cristina Marques quando ela passou na Secretaria de Educação para tentar viabilizar o Projeto Troque Lixo por Livro, uma brilhante idéia da escritora para atender as crianças carentes de dinheiro e de leitura. Eu era assessor de imprensa da Secretaria. Ganhei um CD e um livro e fui me exibir pro pessoal da Comunicação da Prefeitura. Riram da minha alegria e perguntaram se eu tinha filhos. Guardei as obras e as releio de vez em quando. Maravilhosas. Não, não tenho filhos.

Dois anos depois, o Troque Lixo por Livro é um sucesso e Cristina concorre com outras mulheres ao Prêmio Cláudia como destaque nacional em projetos sociais. Em Blumenau, ela até silenciou a paparicação a Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina, clamada e aclamada como símbolo do feminismo na cidade. Bonito isso: uma chefe de indústria têxtil dando lugar a uma escritora.


Conheça o Troque Lixo por Livro e vote em Cristina:

http://premioclaudia.abril.com.br/finalistas_cristinam.shtml

Maria JOÃO quer CINEMA!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Muito Bom
Também temos CINEMA ALTERNATIVO na cidade

Filme de Sábado
A GUERRA DO FOGO
15/09 FURB – Campus I – Bloco F – Sala 101
13:30 abertura sala e 14hs exibição filme


A “Bela Iniciativa” é dos alunos do 4º semestre de Ciências Sociais da FURB.
Este não é o primeiro encontro, em outras exibições estiveram presentes uma diversidade interessante de pessoas, para além dos muros da universidade, eram secundaristas, militantes sociais, acadêmicos ou simplesmente apaixonados por cinema.

É só CHEGAR... também tem Momento para DEBATER o filme.

RESUMO DO FILME
Um mergulho no tempo em busca da maior conquista da humanidade: o domínio do fogo, filmado nas paisagens da Escócia, Islândia, Canadá e Quênia, este belo trabalho do diretor Jean-Jacques Arnaud recria o mundo, exatamente como era há 80.000 anos. O homem pré-histórico enfretamento de tribos inimigas e feras dentro de um ambiente hostil até o surgimento de seus primeiros sentimentos. A Guerra do Fogo é um filme inesquecível aclamado no mundo inteiro como o mais fiel e emocionante registro dos primeiros passos da humanidade.

11º FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO INFANTIL DE BLUMENAU

segunda-feira, 10 de setembro de 2007




O Festival é uma mostra não competitiva, aberta à participação de grupos teatrais de todo o Brasil, amadores ou profissionais, selecionados por uma comissão. Os grupos são compostos por adultos que interpretam teatro para o público infanto-juvenil.
Nesta edição serão 15 grupos de 7 Estados do Brasil, totalizando 45 apresentações.


Informações:
Telefone: 47 3326 6873
Atendimento: das 8 às 12h e 13h30min às 17h30min (segunda a sexta-feira)
Endereços eletrônicos: acaocultural@fcblu.com.br e festivais@fcblu.com.br


Fonte : www.fcblu.com.br

Peganomeu !

... Agora que consegui burlar alguns esquemas de segurança da net no faturamento da empresa ... estou aqui, ao menos tentando respirar um pouco.

Descobri um blog bem interessante ... uma proposta bem contemporrânea de troca de informações... Dicas utéis, principalmente para iniciantes nas ferramentas blogueiras...

Textos Diversos, links, indicações ... tem de tudo um pouco ... atualizadíssimo.
Coisas novas todo dia ... "É só pegar" !

http://peganomeu.wordpress.com/


... Dante Dores ... Burlando o sistema de web segurança ...

Pompas, Enfeites e Nojo !


Imagine, um daqueles leitões que normalmente são servidos em abomináveis e insuportáveis banquetes... Enfeitados, empombados, brilhantes ... tachos servidos em toalhas brancas, prontas para receber as rançosas manchas de gordura.

Entendeu ... do que estou falando ?

Do leitão gordo, ocupando toda a mesa ... cheio de enfeites
Morto, assado com uma maçã na boca ...

Há pessoas que deveriam ser tratadas assim, já que suas bocas só serve para ostentar um enfeite de porco assado, bocas que só servem pra beber lavagem !


******** **** ************

- Alguém viu alface ?

******** **** ************

ALPHARRÁBIO

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Blog novo no ar ... assim todo grito, todo sussurro.

ALPHARRÁBIO

por Viegas Fernandes da Costa

Literatura, cinema, artes e um pouco além.


http://viegasdacosta.blogspot.com/

*****************************************************************

ITINERÁRIO

Viegas Fernandes da Costa


Conheci um Cristo
santo e crucificado
nas palavras dos evangelhos.
Perderam-mo
dentre as paredes daquele templo
em que rezei ateu.

Reencontrado, mais tarde
nas telas, com Scorsese,
ou nas páginas do Saramago,
humano e carnado,
este Cristo tão igual a mim
quase me convenceu.

A me provar do contrário
sempre houve esta cruz
e toda esta dor
estas carnes expostas
estes corpos exangues
e este arbítrio de morte


Janela sobre o espelho

Escorre o sol e leva os restos das sombras deixados pela noite.
As carroças puxadas por cavalos recolhem, de porta em porta, o lixo.
No ar, a aranha estende seus fios de baba.
Parafuso caminha pelas ruas de Melo. Na aldeia, é tido por louco. Ele leva um espelho na mão e se olha com expressão fechada. Não desgruda os olhos do espelho.

- O que você está fazendo, Parafuso ?
- Estou aqui - responde - Controlando o inimigo.

( Eduardo Galeano em As Palavras Andantes )

E eu, Dante Dores, tenho vontade de quebrar o espelho que carrego.

Quem destruirei, quem destruo todos os dias ...

************************************************************

Tomo mais uma coca-cola me olhando feio e dou minhas vaias ao presidente !

Esperando Godot

terça-feira, 31 de julho de 2007

Esperando Godot (conhecida peça de Samuel Becket) teve estréia em 1953, em Paris. No Brasil, Cacilda Becker e Walmor Chagas protagonizaram a primeira montagem profissional, no final da década de 1960. A peça desdobra-se emdois atos. O cenário é uma encruzilhada campesina, um lugar indefinido.Vladimir e Estragon lá se encontram para esperar um tal de Godot. Os dois amigos são figuras tristes e deslocadas. Enfrentam a falta de sentido da existência com diálogos triviais e atividades inócuas. Godot parece ser a única esperança de sua existência. Não se sabe quem é ele ou por que a dupla o espera. Ao final do primeiro ato, um garoto entra em cena para avisar que Godot não viria naquele dia, talvez no dia seguinte. O segundo ato reproduz o primeiro, com pequenas variações. Ao final, outro garoto entra em cena para avisar que Godot não viria naquele dia, talvez no dia seguinte. Vladimir e Estragon pensam em se enforcar, mas desistem da idéia. No derradeiro diálogo, Vladimir pergunta ao amigo: "Então, devemos partir?", ao que Estragon responde, "sim, vamos". Mas eles não se mexem.

(texto extraído da Revista Carta Capital, edição de maio de 2007, autor:Thomaz Wood Jr.)

E... Noemi questiona ...

Depois de tanto tempo adormecida e embriagada... hibernando como um urso, acordei neste frio inquietante, tão longe de Blumenau, com milhares de questionamentos brutais, que me corroem e eu preciso falar... mesmo sabendo que irei penar pelo preço das palavras que escrevo: O que realmente espero, o que realmente vocês moradores deste mundo virtual esperam? Diante do Capital globalizado, do conhecimento fragmentado, do culto a intelectualidade bestial e sucateada... completamente antiga e ao mesmo tempo, com traços da nojenta e pegajosa pós modernidade... diante da contradição destas milhares de vidas ingênuas que vagam deliberadamente pelas ruas, festas, esquinas, mercados, bares, sites, casas, não consigo perceber nada além de falsos valores, falsos princípios que tangem estas vidas, que nada fazem... vivem e morrem da mesma maneira... esperando. Homens e mulheres expostos em vitrines elegantes... em um grande frenesi de trabalho, silêncio, compromissos, sexo, falta de sexo, falta de amor, falta de comida (por opção ou por necessidade)...paixões, compras, idéias, serestas, corpos bem vestidos, para enganar a si mesmo... a cidade anda... e esperamos que a cidade nos dê respostas... Começo a ter um grande incomodo diante de tantas pessoas que se justificam, justificam tudo... explicando quando irão comprar o carro novo, trocar o celular, reformar a casa. Justificam porque estão sentindo prazer.. metem quando não sentem. Criaturas que vivem irremediavelmente esta vida de desfrute do que o trabalho pode dar... mas nem sequer leram uma obra de Neruda na vida, nem sequer sujaram as mãos e os pés na terra, não tomaram banho de chuva e não sentem o vinho tinto descer delicadamente por suas gargantas. E não estou falando da classe média não, estou falando de nós... pobres, trabalhadores que acreditamos, um dia, ascender para a tão sonhada classe média... com toda a sorte de supérfluos e coisas e tais, que o pouco dinheiro poderá comprar... e comprar até a espera de uma vida que nunca virá. Aceitando a exploração, a subjugação e a grande imoralidade do trabalho pago em horas parcas. Parece confuso, e é... nunca foi minha função ser clara, explicar... e sim confundir e ironizar... provocar raiva e ódio, esta raiva dilacerante que consome, esta raiva que tenho da grande máquina colorida, das frases feitas, dos sonhos possíveis, das possibilidades embaladas em papéis de presente! O mundo em labaredas, fora das ruas sem respostas da cidade provinciana. O gigantesco mundo do capital fabril, do capital financeiro, do capital intelectual, dilacerando países inteiros, consumindo mentes e sonhos. As necessidades banais roubando as vidas que passam nos programas baratos de televisão. Nas grandes cidades da América Pobre e Latina, a agonia globalizada e penosa da luta para viver, da luta para poder morrer, assistimos as danças de balas das armas do aparato militar, do narcotráfico, do mercado virtual... como se nossa velha cidade quieta e silenciosa fosse apenas espectadora, invisível e indiferente ao mundo vivo e latente, ensangüentado e rasgado. Relegada a sorte das grandes coisinhas que entorpecessem, que anulam a vontade de transgredir, de atravessar a rua e fugir. E desse amargor que trago em minha boca, fiz minhas escolhas, como vocês seres moradores deste mundo virtual... vivo a margem... moro a margem... e não preciso me justificar... apesar de saber que preciso esperar... seja um amor, uma carta, alguém... uma revolução... um pensador... um beija-flor. Ou quem sabe, esperar que a morte, vestida de vermelho venha... mas sei que vivo para as "não coisas" que existem do lado de fora, contra todos aqueles que optaram por uma vida de esperas e vendas... de truques baratos e chantagens caras. Quantos de nós somos Vladimir ou Stragon? Quantos de nós estamos na estrada esperando uma resposta de Godot?

Conservar a personalidade em tempos de barbárie é dádiva e não defeito!Ventos de novas vidas começam a brotar, aquecidos trazendo tempestades!
E a nossa cidade não passará impune, talvez
viveremos !"!!""
Noemi Maria ... ainda espera ...

21º Festival Universitário de Blumenau

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O espetáculo EM CADA SOLIDÃO da Companhia Cais de Teatro da USP, que realizou quatro apresentações no Festival Universitário de Blumenau nos dia 10/11, causou reações adversas no público que o assistiu. Alguns gostaram, outros não, alguns sentiram a solidão motora das angústias vivenciadas pelas personagens, característica desses tempos o qual a companhia define de HIPERMODERNO. “ A Hipermodernidade é um tempo paradoxal onde a contradição está inserida dentro do cerne da sociedade e dentro dos indivíduos. (DOSSIÊ EM CADA SOLIDÃO). Desta forma para retratar essa hipermodernidade, nas artes cênicas, é necessário que se tenha uma HIPERCENA “ (...) a Hipercena, como a modernidade não está concluída e nem poderia, pelo contrário, ela começa a esboçar suas intenções e orientação como o próprio Lipovetsky aponta mas, podemos deixar a pós-modernidade, podemos por fim a um movimento sem movimento apologético do fim para adentrar em um retorno, uma volta e uma busca por linguagem.” (DOSSIÊ EM CADA SOLIDÃO). Através dessa abordagem a companhia tentou trazer no espetáculo Em Cada Solidão, uma história que fosse contada de forma não linear, mais que trouxesse r a tona as sensações e angústias de quem sente a solidão dessa Hipermodernidade. No qual cada espectador tem uma interpretação a partir de sua trajetória de vida, das sensações vividas, dos sabores experimentados, das angústias sentidas.Nossa análise do espetáculo? Não conseguíramos condensar em simples palavras, mais ainda sentimos em nosso corpo, as sensações desencadeadas em cada solidão vivenciada pelos personagens, que não diferem da solidão que sentimos.

Sarau Literário !

sábado, 16 de junho de 2007

Nercinda Rocha começou a se preparar bem cedo, não queria perder nenhum detalhe, escolheu seu xale mais colorido, apesar da noite quente para esses dias de outono.

Semana dos Namorados, na Biblioteca Fritz Muller, encerramento com sarau literário.

O bosque iluminado, colorido em luzes, orquestra na Rua, coração inflado, flores, todos vestidos a
rigor.

Dançarinos, tango e salsa. Somos latinos, mais que americanos, nessa noite de música e palavra, Nercinda sente.

Tudo tão bem preparado, sentido, trabalho feito por gente que ama e que sente a literatura nessa cidade, Nercinda Rocha se emociona, fica feliz por poder estar ali.

Textos, vozes, música, bebidas e sabores, somos descendentes desse povo, que povo? Fazemos parte dessa dita cultura latino americana, mas somos também esses povos primeiros. Escrevemos, incorporamos essas línguas não latinas, desse jeito indígena. Desses povos primeiros...

A Caixa de som gigante estava lá. Como nas janelas dos pequenos vilarejos da Colômbia. Nercinda Rocha escutou quando Urda falava desse povo. Escutou e se emocionou quando Urda falou, porque ela é mais que uma contadora de histórias, ela carrega as histórias em barcos e praias iluminadas, de dentro de sua mochila, ela traz a história dos livros que viveu. Ela vive a literatura desse povo.

Dançamos, com os quadris e com o dorso também.

E Nercinda Rocha escutou, e também questionou o que é dito. E nas falas do professor, reconheceu sua gente, sua magoa, é Viegas, somos mais que aquilo que nos dizem. Temos outros nomes, outras palavras, outros gestos por aqui e eles não estão nos dicionários de latim.

Nessa mesa tão bonita, com frutas, (são frutas dessas nossas terras) nas corres da roupa da menina que tocava, (são cores nossas aqui misturadas, em pele e coração). E até nossa palavra, literária, salgada em mares caribenhos ou atlânticos, em versos guaranis e castelhanos, aqui se beija em várias nações, e não são só latinas. Nossa palavra não é só dita, nossa poesia é mais ampla... Que o que nos deu o nome... Latino Americano...

E Nercinda Rocha, se enrola em seu xale, bebe mais um gole de vinho e declama um verso do Neruda só pra ela.

Na Biblioteca Fritz Müller, ainda se respira ...

terça-feira, 12 de junho de 2007

O povo merece, trabalhar menos...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Por favor, Faça valer o nosso Direito”. Chega de assistir a tudo isso de braços cruzados. “O povo merece respeito”

Uma mulher Chama-se Tânia Moritz... Teve sua frase usada, exaustivamente usada, na mídia hoje. Ela reclamava um direito e fez Maria João pensar.

Maria João está há dois dias, em casa.
Não foi a aula.
E perdeu seu pobre dia de trabalho.
Não viu seus amigos e nem foi aos cursos de aprender a ser gente.

Mas Maria, Mas João, Mas Maria João... Vê...
Diverte-se e pensa...

Será que povo ainda tem noção da força que tem.

“O povo merece respeito”.


A cidade está um Caos.
C - A - O - S !!!!!!

Chega de assistir a tudo de braços cruzados”.

Nada anda, nada corre nada funciona, tudo parado...

Ela ri, quer subir no carro de som, também quer um megafone...

Procura a primeira página do jornal, o noticiário da tv, tem mais povo pensando, brigando, tomando espaço e gritando ...

Maria João perdeu o dia de trabalho, não vale muito mesmo, não paga nem o ônibus.
Ela hoje e ontem não viu os ônibus andarem
Todos, todos os Motoristas e Cobradores parados, chamando pelo “Façam valer o nosso Direito” Esse direito, essa força de ser gente e de saber que não se nasce pra ficar acorrentado ao trabalho.
Gostaria que a costureira que lhe ensina a dar pontos certos, também tivesse essa força e entendesse que povo, é ela, é o estudante sem dinheiro, ou sem sonho, que o povo é a tia da faxina, é o moto boy, e a merendeira do colégio, que povo é o artista que só tem a noite pra sua arte, que é o professor em sala nos três turnos. Dona Tânia Moritz, a auxiliar de serviços gerais, que trabalha muito e não podia chegar atrasada, também é. O cobrador é povo, e o motorista também é. Ele lamenta que o povo fique parado, sem ônibus e motorista, mas assim eles conseguiram mostrar, Todos... Todos eles, assim meio de repente, e fazendo um barulho bom de ouvir, num quase acampamento na frente dos terminais, que tem gente que ainda lembra que é povo. E povo ainda pode gritar e fazer parar.

Maria João percebeu, que Dona Tânia, falava a mesma coisa, que o motorista e o cobrador em greve.

... E os ônibus não andaram em Blumenau, e Blumenau, ficou congestionada, e se andou a pé, de bicicleta e de carona em Blumenau.

E todo um povo, alguns até sem saber, pararam... Porque tem gente que não agüenta mais trabalhar tanto e não ter tempo de viver.

Os motoristas e Cobradores das empresas de ônibus de Blumenau, ainda querem viver.

E Maria João, aplaude e joga baquetas no ar, parte pra aula amanhã em sua velha bicicleta aposentada num canto.
Maria João ainda sente o vento no rosto. E grita...
Nós “ povo” merecem respeito

Pochyua e Cambaçu ...

sábado, 19 de maio de 2007



Roda de Paixão


(Pochyua Andrade)


Cantador fabril de cor
Insiste em Lá Maior
Nas rimas pr’um futuro
Matas verdes, arrebóis
Coqueiros, manguezais
Pureza de criança
Dança em roda de paixão
O verso da canção
Manhuço de um afeto
Perto, o ocaso de uma voz
Cultiva os seus bemóis
Nas roças de água pouca

Boca-a-boca ouço o protesto
Profano, feito incesto
Que insiste em se espalhar
Feito carta de regresso
De um povo já disperso
Alegrando o lugar

Corações tristonhos mil
Por dias só anil
Sem moda-de-viola
Rogam aos céus pra se sarar
Por Deus há de mudar
A sina tão sofrida
Vida teima, embirra e faz
Um estribilho a mais
Após o conseqüente
Mente a si sobre o adeus
Quem cuidará dos seus?
Quem criará os sonhos?

Nem rebanho, nem aresta
Se construiu com a festa
Sagaz que espalhou
Multidão de amigos resta
Na terra que não presta
A florescer cantor.


Fonte:http://www.pochyuaecambacu.mus.br


... Além dos tetos das fábricas e dos letreiros gigantes dos supermercados, se respira nessa cidade.

E Nercinda Rocha, escondida em seu xale colorido, esquecida na idade que não tem, pra estar ali no meio de tanta gente jovem se emociona.

Que belo shown ela assiste,que maravilha essa mistura de gentes, de volumes, de desenhos em palavras, tão envolvidas nas cordas dos violões, na voz e no chapéu, na percussão falante, pulsante. COLORIDA.

E as gentes ali assistindo, tão pés no chão, juntas, no cheiro da madeira.
E tudo canta as rimas folclóricas, brasileiras, populares ...

Ah sim ... Ainda se respira nessa cidade.

E Nercinda Rocha no cantinho dela se emociona, porque sente trabalho, de gente que vive por isso, e que também sente isso...

Essa mistura possível ... de povo, cultura, arte, cor, sentimento, vida, sons e palavras....

Nercinda Rocha ... ainda sente e irá respirar por alguns dias em ritmo de frevo e maracatu ....

Complementando Retratos

domingo, 13 de maio de 2007

... Noemi segue ... nos olhos de Rosa Mística

Eu, Rosa Mística, além de vender rosas e espinhos no centro da cidade, também tento por vezes ganhar um lugar ao sol, sou estudante, faço faculdade num lugar que é o mais belo retrato de uma suposta juventude que quase pensa, tirando algumas raras exceções. Ao mesmo tempo explicita o mais belo retrato do lixo privado do ensino superior brasileiro.

Num dia desses estava eu tentando me concentrar em mais um desses textos aberrativos de revista EXAME, que a classe quase média blumenauense adora ler. O esforço para leitura era grande porque meu estômago doía quando meus olhos faziam à leitura dos títulos das reportagens publicadas: “Porque o Brasil não CRESCE como a CHINA e a ÍNDIA”, e a outra, “Uma AGENDA para crescer 9% ao ano”. Todos falam disso, e todos querem crescer a custos de um consumo desenfreado, invejam as taxas de crescimento dos chineses, criticam os chineses serem causadores do aquecimento global do planeta terra, mas querem ser como eles no futuro, 2% por cento é muito pouco para crescer ao ano. É preciso um choque radical de crescimento. Tudo bem, tudo bem, eu sei que precisamos crescer, crescer.. Mas vamos devagar aí!

Eu continuava, tentando seguir a leitura, pois era obrigada a ler a aberração que o professor havia selecionado para gente ganhar alguma nota em troca. Eu já disse para ele, que Revista EXAME não é parâmetro para análise econômica, mas minha reivindicação ecoava como um nada nos ouvidos do mais puro representante da massa empresarial têxtil.

Mas não é bem este retrato que queria descrever ao iniciar este texto, o objetivo do retrato que me propusera descrever queria ser complementar a fotografia da amiga Noemi Maria, e era sobre os jovens tipicamente blumenauenses, filhos da massa trabalhadora e ordeira.

Mas o retrato surgiu na sala ao lado, enquanto eu esforçadamente tentava ler aqueles textos da EXAME. Ouvia vozes, e eram vozes de jovens estudantes de ensino médio, estudavam a trajetória dos recentes presidentes desde a abertura democrática, parecia uma trilogia feita por um livro didático entre Collor, FHC e Lula. Vez enquanto eles faziam uma leitura em voz alta dos textos, e aquelas leituras pareciam ser bem mais interessantes do que as minhas. Mas só a leitura, porque a interpretação daqueles Jovens era ultra-reacionária e conservadora. Lancei a caneta e anotei algumas das frases:

- Se o Lula foi tão corrupto como Collor porque não mandaram ele embora de Brasília, eu odeio Lula ! – diziam eles exaltados, por várias vezes. - Odeio muito, odeio o Lula !
- Olha só eu não entendo, porque o professor elogia algumas políticas do Lula. Ele em sala de aula não deveria falar de nenhum político, assim como não falamos ou criticamos nenhuma religião.

Belo RETRATO.

" Toquem meu coração ... façam a revolução "

sábado, 12 de maio de 2007

Comentário insignificante sobre a mediocridade juvenil.

Eu, Maria Noemi, por vezes, sou mãe daquelas clássicas, que ao invés de levar a filha para conhecer um museu, ver um filme educativo, conhecer um acampamento do MST, proibir a criança de ver novelas, de assistir a Xuxa, arrumo meus cabelos, coloco uma maquiagem, um salto alto, e como toda mãe da classe quase média de Blumenau, levo minha pequena Deusa do Amor para fazer um passeio no Shopping. (Mesmo achando uma coisa detestável!).

Enquanto eu esperava que minha filha se esbaldasse na piscina de bolinhas,a única coisa que eu poderia fazer era ler e observar as pessoas. Claro que eu não iria tomar uma cerveja, mesmo sendo essa a minha grande vontade.

Sentada ali, onde muitas mães e pouquíssimos pais esperavam seus pequenos, lendo um livro de Jack London, pois não consegui estabelecer nenhuma conversa interessante com nenhum daqueles seres maternos que me rodeavam, fui interrompida subitamente por um burburinho de vozes, uma onda de barulhinhos e risadinhas, que me chamou a atenção e me tirou de dentro da noite fria que Jack London descrevia tão dramaticamente.

Eram centenas de adolescentes, das mais diversas idades, 12, 14, 15, 17 anos talvez, sei dizer que estas meninas e estes meninos eram muito jovenzinhos,bonitos, bem vestidos, sorridentes, bem tratados, alguns estavam ainda de uniforme de escolas particulares de Blumenau (claro, estudante de escola publica tem vergonha de usar seu uniforme dentro do Shopping, seria um disparate). Outros usavam roupas de marca, tênis de dar inveja, e todos, todos,impreterivelmente tinham um celular na mão. Faziam uma zueira gostosa, um barulho musical que me Distraiu por alguns poucos minutos. Então comecei a observar cada um deles, por grupos. É estranho como a juventude de hoje de organiza por grupos Homogêneos e sem personalidade, cada grupo se veste da mesma maneira, com as mesmas cores, com as mesmas marcas, arrumam o cabelo igual, até o bendito celular é igual.

Claro, historicamente a juventude ocidental sempre se organizou em grupos, bandos, tribos, gangues, mas a personalidade de cada um era mantida, definida, se Organizavam para dizer alguma coisa, para provar alguma coisa. Mas os grupos que eu observava ali, não eram isso, não tinham as cores da rebeldia inerente a juventude.
Havia um grupo de meninas com aproximadamente 15 anos, umas seis meninas,todas usavam bata branca, e shortinho bege, sapato de salto ou babuche plataforma, cabelo comprido e liso, corpo magro e perfeito,e óbvio, celular na mão. Elas não falavam entre si, ficavam olhando para os lados sem parar, e quando passava um garoto que interessava todas se entreolavam e riam, mas não diziam mais que uma frase. Ao lado, havia um grupo de uns 20 garotos, todos vestidos de preto, cabelos com cortes modernos e calças xadrez, notei que todos tinham tênis iguais, e da mesma cor. Falavam pouco, um deles começou a chorar e todos se abraçaram e ficaram ali, parados, imóveis, por um bom tempo, depois começaram a rir e falar Compulsivamente. Pareciam até maquinas que mudam de função com o apertar de um comando, ou botão.

Perto de um box de venda de sorvete, percebo um casalzinho ao longe, trocando caricias, caricias voluptuosas para aquela hora. Penso que devem ter em torno de 15 anos. Decido então, dar um jeito de conversar com alguns destes jovens, entender estes comportamentos.

Vou com a maior cara de pau conversar com aquelas meninas bonitas que se vestem igual e não falam muito. Aproximo-me do grupo, e automaticamente elas caem fora, nem me dão atenção, e claro ficam sem entender nada. Sentam em uma mesa da praça de alimentação e todas pedem uma coca-cola light. Ficam olhando com medo, receosas. Fiquei constrangida.

Volto para meu banquinho na piscina de bolinhas, e fico desolada, porque elas não quiseram conversar comigo, sendo que eu queria tanto entender e tirar conceitos da vida daquelas garotas. Inconformada eu me levanto e vou em direção ao grupo dos rapazes de camisa preta e calças coloridas.São bem mais receptivos mais educados. Conversamos por alguns minutos, todos riem.São filhos de professoras, metalúrgicos, vendedores, pequenos empresários, funcionários públicos. Estão terminando o ensino médio e vão fazer vestibular para sistemas de informação, porquemais dinheiro. Somente um deles falou que quer estudar filosofia, porque é mais fácil passar no vestibular, não pelo Conhecimento que irá adquirir...
Mas não acrescentaram nada de importante à impressão que eu estava tendo daquelas mentes completamente vazias de tudo.
Volto para meu banquinho de espera e não consigo parar de olhar para o casalzinho namorando. Não me contive e fui puxar conversa. A garota não gostou, mas o rapazinho sorriu e disse que eu poderia pedir a informação que eu queria. Conversamos um pouco e eu questionei porque ele estava usando uma camisa da Janis Joplin. Ele disse que porque estava na moda. Não sabia quem era a moça da foto.Meu coração se estilhaçou neste Momento. Pedi o que eles achavam sobre aborto e eles se olharam e disseram que era a coisa mais feia do mundo. Falamos de religião, são católicos, os pais gostam do Amim e votaram num tal de Colombo... Mas na realidade eles não sabem o que é direita nem esquerda na política.Disseram que isso não importa que eles não tem idade para isso.
Sai desolada da conversa.

Mas o que eu quero dizer com isso? Quero colocar nesta descrição um pouco do vazio que a juventude tem dentro de suas vidas. São jovens que não têm nenhum limite para o sexo, para a bebida, para as drogas e principalmente para o consumo, mesmo não tendo dinheiro para comprar aquelas mercadorias que estavam nas vitrines que nos rodeavam. Claro, pois a função deles ali, era de visitar as mercadorias, admirá-las como algo subjetivo, não de tê-las, pois sabem inconscientemente que para adquiri-las, é um longo e penoso caminho que a classe média caminha, sonhando e idealizando tais produtos.
São completamente liberais para o sexo, mas reacionários, isso mesmo, essa geração é uma imensa massa de seres reacionários e conservadores, que acreditam em Deus, na sorte, no consumo, no capital, condenam o aborto,condenam os movimentos sociais (por vezes, nem sabem o que é movimento social), condenam o amor livre, mas ao mesmo Tempo não sabem entender seu próprio prazer, não se interessam pelo Conhecimento, não lêem, não conhecem a história, acho que um brócolis é mais interessante que um jovem de 15 anos hoje.
Lembro de meu pai falar, há alguns anos que quando a geração dele usava drogas e ouvia rock, deixava o cabelo e a barba crescer era para afrontar a Sociedade, para contestar as regras estabelecidas, hoje a juventude usa cabelo grande, usa drogas, faz sexo sem preocupações e quer que a ordem e os bons costumes da sociedade sejam bem estabelecidos, bem fundamentados.
Não consigo compreender.Caetano Veloso afirmava que não poderíamos confiar em Ninguém com mais de 30 anos no inicio da década 70, hoje eu afirmo categoricamente que não confio em ninguém com menos de 30 anos.

Essa juventude não irá tocar o coração de ninguém para fazer a revolução,essa Juventude precisa de um choque de consciência para transformar este país.E eu vou buscar minha filha na piscina de bolinhas, acabou a conversa com aqueles garotos e o horário da minha pequena. Saio dali olhando para ela com a sensação de que a Responsabilidade está na mão dessa geração de pequeninos,eles sim tocarão novos acordes de transformação e eu preciso desesperadamente de uma taça de vinho tinto para acalmar meu coração de 31 anos.

Mas .... Eu Noemi Maria ... Ainda Espero !

Abolição do Trabalho

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Hoje temos muito que comemorar afinal depois da abolição da escravatura, nos tornamos trabalhadores. Com direito a carteira registrada, trabalhar 8 horas, décimo terceiro salário, e todos os benefícios que um Estado de Bem-Estar pode proporcionar aos cidadãos.
E tão gratificante acordar de manhã pegar a merda de um ônibus lotado, ir numa fabricada com monte de filho da puta pra te controlar, ter quinze minutos de café, e depois voltar para aqueles exercícios repetitivos.
Mas o cenário pode mudar, no lugar da fábrica, pode ser um banco, uma Universidade, tanto faz, que é tudo na mesma lógica: Negação da Vida.
É uma puta de uma fudição ser trabalhador. E os economistas ainda nos dividem entre os mais e os menos fudidos.
Os menos fudidos são os caras do alto escalão, os da carteira carimbada: Escravo Oficial. Os mais fudidos, são os chamados trabalhadores informais. Vivem a margem, sem benefício algum. Ficam ai, se fodendo, dia de chuva, sol, tão lá vendendo rapadura, cabide, foto de nossa senhora, e por ai vai.
E os que tão no trabalho formal, sabem que a qualquer hora seus parcos direitos, já estão indo pelo ralo...tem lei circulando lá pelo congresso......
Querem flexibilizar a legislação trabalhista....Ou seja, agente vai se foder mais do que já se fode...Vai trabalhar, mais do que trabalha...vai viver menos do que já vive...
Mais agente não pode se revoltar não!!!!! É agente tem que aceitar tudo de bico calado. E se quiser reinvidicar, tem que ter argumentação.
Embora se saiba de toda essa palhaça que são esses conceitos, essas leis, que se é explorado, que o Estado é uma palhaçada, que a propriedade privada é um roubo, e que o trabalho e fonte de degradação da vida humana. Que nos ferramos todos os dias para ostentar a riqueza de meia dúzia de filha da puta. Ainda temos que ter argumentos, como se a realidade não fosse nosso maior argumento.
Diante de toda essa palhaçada que é a comomeração do dia do trabalhador, proponho que no dia 1 de maio, nos ferrados e fudidos com o trabalho e pelo trabalho, abolirmos-o definitivamente. Sim, chega dessa palhaçada de não sermos senhores de nosso tempo, de nossa vida...Chega de sermos servos voluntários...dessa porra de sistema...Provocar o caos para legitimar a vida.......Legitimar a vida provocando o caos...Ou abolimos o trabalho ou trabalho nos abolira... Qual a sua escolha????????

Dante Dores ainda resiste......

"Vale a Pena Sonhar"

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Rosa Mística chora e se emociona ao ver aquele homem corajoso pela TV !

“Vale a Pena Sonhar” é o nome do documentário, exibido na TV Cultura no programa Mundo Cultural. O documentário traz a trajetória de um homem que soube ouvir os gritos e sussurros mais intensos do povo urbano e até camponês. Herói de Três Pátrias, como assim o chamam percorreu por várias cidades do mundo espalhando seu sonho de mudança.

Sua trincheira sempre foi a atuação coletiva. Militar de formação, com e grande sensibilidade humana, saíu de uma prisão da ditadura estadonovista para ir à Espanha lutar contra as tropas fascistas de Franco; a seguir ajudou na Resistência francesa.
Apolônio da Carvalho ingressou no Partido Comunista do Brasil em 1937, assim que deixou a prisão onde se achava por seu apoio ao levante de 35. Nos anos 60, quando o movimento comunista brasileiro viveu a luta entre reformistas e revolucionários, ele rompeu com o PC Brasileiro e ajudou a fundar o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).
No período de abertura política, foi dos primeiros a assinar a ficha do PT, fazendo parte de sua direção nacional durante seus sete primeiros anos. Militou até o fim da longa vida, ajudando a eleger Lula presidente da República."De viver a vida não me fartou"
Apolônio foi um homem que viveu intensamente a sua vida, lutou, amou, perdeu amigos de muitos anos, nos períodos autoritários. Mas é possível ver de forma clara o seu otimismo: “de viver a vida não me fartou”.
http://www.vermelho.org.br/diario/2005/0924/0924_apolonio.asp

Queremos Mais ....

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Talvez existam coisas que me irritem bem mais que algumas das deficiências da cidade.
E... Saibam... São muitas as carências nossas e da nossa gente.

A maneira como vêem a arte, a produção artística, os artistas da cidade.
Talvez a maneira como as pessoas exijam isso me incomode muito mais.
Como se toda arte por aqui, precise ser tão limpa e asséptica, quanto um cadáver em formol.
Lamentavelmente a arte assim pensada é tão morta quanto.
Quanto tempo esse povo vai demorar pra entender que as cores, formas, as músicas, cenas, roteiros, as letras, os versos.
Tudo...
Movimenta-se...
Em constante mudança, em constante avivamento. Um gigantesco e vivo palco giratório! Num cubo de vários lados diferentes.

Não sei do que estou falando direito e não me importo muito. Sou apenas uma espectadora, não tenho olhos críticos treinados, exaustivamente treinados, fugi do exército, sou contra treinamentos... Já me bastam as salas de aula

Só sei, que sai da frente da minha tv e como não tenho ninguém pra fazer ninhos de páscoa e esconder ovinhos pelos cantos da casa, resolvi ir ao teatro.

A peça, Boa! Com interpretação bem trabalhada, leve, com finais felizes, bastante humor, falando de relacionamentos comuns, cotidianos, não faz muito meu estilo, gosto de socos no estomago, gosto do caos, mas foi bom estar ali em companhia de amigos que também amam teatro, sentir o balançar peculiar das cortinas, o cheiro característico da madeira das salas...
O som... As luzes, os escuros... Tudo tão presente, tudo tão em cena.
Maravilhosamente melhor do que a bestial tv dos feriados...

Fiquei além das coxias, pra conversas, com o povo do teatro, conversa pra troca de idéias, falando do texto, roteiro, história da companhia, como a peça foi pensada montada, destrinchada... Apresentada e recebida em outras casas.

Me senti na cozinha deles ...

Tudo ia bem, até um belo imbecil (eis o que me tirou do sério) com cara de defunto em formol, bestializado pelos vômitos dos livros que lê tanto quanto a tv dos que ele diz pobres e ignorantes, porque será que senti o fedor do que há de podre na nossa cidade nos comentários dele?

Se nosso teatro é elitizado e eu questiono, por Carlos Jardim, se revirando no tumulo.
É por que gente como ele tem acesso á mais espaços e discussões que alguém como eu. Por que gente como ele pode falar, além dos editais mornos do jornal, além das primárias salas de aula, gente como ele pode formar opinião.
E ... eles ... não fazem nada além de criticas banais, infundadas em surtos nostálgicos, sobre o que Blumenau já teve e sobre como Blumenau já foi!

Meus amigos abram os olhos, o passado é agora.

Eu quero mais que Lindolf Bell na minha cartilha de escola, Blumenau tem outros nomes, meu vão professor... Eu também quero escuta-los.
E se o senhor saísse mais vezes de sua confortável escrivaninha falaria deles com a mesma honra que merece nosso poeta dos girassóis que fala tão bem dos açus da nossa cidade.



Outra coisa que me fez urgir baquetas pelo ar...

Disseram que não há divulgação... Eu informo...
Os cartazes da Fundação cultural estão nos terminais urbanos, na fundação e no teatro Carlos Gomes.
Estão na internet, nas várias listas de e-mail de quem ama a arte por essa cidade...

Dizer que não há divulgação é fechar os olhos pra ela, por que ela está aí, nos roteiros que recebo todo dia.
Nesse nosso imenso palco giratório!



E eu Maria João ... mesmo tonta ... ainda decido ...

HoJe TEm MarMElaDA ?

terça-feira, 27 de março de 2007



Tem sim senhor !

Reeeeeeeespeitavel Público ! Atenção para o dia de hoje .. Que é o dia do palhaço e tb do malabarista.

Essa arte universal espalhou-se para o mundo
E aqui nesta terra de pão e circo SIM senhor !
Se fez o dia NACIONAL DO CIRCO.

Muitos artistas pelas ruas fazem de sua arte para transformar
e aquele quem vÊ quase nunca vai embora
sem tocar a consciência
sem forte bater as palmas
Pela arte que a todos encanta !

Rosa Mistica que é também da rua
Hoje quer homanegear
Especialmente aqueles q fazem da rua o seu palco principal
Dão ao povo o acesso a arte escondida nos teatros
Tão distante da vida cotidiana de quem trabalha noite dia
NAs fábricas e escritórios aprisionados pelas paredes e tb os relógios.

Isso é arte popular, arte que saí dos teatros para as ruas !

Dia 27 de Março

Dia Nacional do Circo


Dias Melhores ...

domingo, 18 de março de 2007

Eu Maria Macabéia Flores, neste dia quente e barulhento me sinto aturdida, não consigo entender o vaivém da avenida.
Procuro vestígios humanos nas páginas de jornal. Há tantas notícias, frases dispersas, fatos irreais. Quero entender o que se passa no mundo, não aquele dos profetas, mas este ao meu redor. Quero saber porque já não durmo mais, porque todos andam freneticamente, porque é proibido olhar, para além dos muros cinzas da cidade jardim.
Lembro, que quando abandonei minha terra, vim para cá atrás de uma vida melhor, tinha esperança de algo mais que feijão e carne seca. Li numa dessas revistas de capa colorida, que esta cidade é jardim, um dos melhores lugares do país para viver. Na página da revista, um gráfico colorido apontava altos índices de desenvolvimento humano. Achei que aqui os humanos eram diferentes, desenvolvidos. Então imaginei que haveria mais comida que na minha terra, mais emprego, mais possibilidades. E realmente há. Só que a comida desce pesada e amarga, ela existe nas prateleiras dos supermercados. O trabalho também há por todos os lados de todos os tipos e toma quase todas as horas do dia dessa gente.
Acho irônico que se em minha terra a gente morre de escassez, aqui se morre de excesso.
Um excesso fragmentado, vigiado, assumido. E eu já não sei se há lugar em que se possa ser, por inteiro, completo e não só, fragmentos.
Não tenho mais dúvidas, realmente nasci ao avesso. E esse mundo é inviável. Eu devia ser flor, pelas agruras do destino tornei-me navalha afiada. No prédio de Nercinda, procuro com os olhos e luneta da amiga, alguma fresta, desvio, dobra, qualquer sobra que permita ser por inteiro, nessa cidade a qual só me permitem ser fragmento....

Maria Macabéia Flores... ainda vive ...

Etanol !

sexta-feira, 9 de março de 2007




Nercinda Rocha escutou de sua amiga Macabéia, mulher forte e inteligente, que em sua terra quase tudo é seco e árido. E Nercinda Rocha já escutou muitos dos que chegam até ela, falando que a culpa da pobreza de nosso país, esta no povo de Macabéia.

Nercinda rocha não entendeu... E não quer entender, prefere achar que a culpa de algo ser seco e pobre, é falta de água.

Quem levou a água do povo de Macabéia?

Ela lembra que quando menina, leu num livro que dizia que no Nordeste (terra de Macabéia) a terra, o chão, já foram vivos, mas morreu, foi explorada até a exaustão, até não ser mais ela, com gigantescas plantações de cana.

A cana vinha, o povo também, queimava a cana, cortava a cana, virava o chão, plantava cana, a cana vinha, o povo também, queimava o chão e o povo cortava, a terra cansou... De tanta cana, de tanto corte, de tanto queimar, a terra secou... Pra mandar açúcar pra gente que não falava a língua de Nercinda Rocha, nem de Macabéia.

Dona Nercinda entendeu que a terra ficou pobre e o povo também e nisso não havia açúcar, nem melado.

Dona Nercinda espia a tv na casa do vizinho, tudo que ela enxerga e pela luneta.
Vê. Escuta. Está atenta.
O país vai investir em Etanol, palavra esquisita pra algo que vem do doce da cana.
Na imagem...
Enormes plantações de cana de açúcar...
Pra mandar para os Estados Unidos.

Dona Nercinda se preocupa. Mais seca? Mais terra morta pelo povo que não é ela.
O povo que é ela ficará pobre... E sua Terra destruída?

Dona Nercinda Rocha, Respira Fundo e desvia o olhar para a praça da Universidade. Larga a Luneta e vai dormir preocupada, me deixando as suas inquietações.

Nercinda Rocha ... ainda sente !

Manifesto Do mundo Gritos e Sussurros Urbanos

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Queremos o mundo ao avesso!

Se este que nos é apresentado, é o considerado direito.Queremos tece-lo com novos tons, novas tintas, com nova trilha sonora, representado e escrito em novas formulas, ferinas, selvagens, ou leves. Queremos novas formas, novas possibilidades.
Queremos escrever sobre o que nos agride, nos amaldiçoa, nos incomoda.
E como falar o que nos incomoda sem sermos agressivos?Mas do que isso, como usar os espaços a nós oferecidos, sem tornar nossos sentidos, sentimentos e opiniões um mero objeto de manipulação, no trabalho, na universidade ou nos nossos diversos grupos de discussão.
Queremos o novo, o humano, o imperfeito.
O NOVO que é visto como PERIGOSO, é leve e intenso, por ser Humano e Imperfeito. PERIGOSO! ... PODEM AMEAÇAR... Nós, não queremos perder isso e nem temos medo de sermos levados em mal entendidos.O que queremos, o que imaginamos, o que buscamos é o espaço, pra falar, pra gritar, ou mesmo comungar o silêncio quando é a única alternativa para extravasar nossos sentidos, transformar em signo, palavra, dita, proferida ou anunciada.
Queremos espaço para calar!
Queremos expressar nossas formas, sermos humanos. Arregaçar nosso peito e deixar a mostra nossos corações aflitos, angustiados, esfaqueados.Se isso parecer agressivo.Tudo bem. Por isso e nisso somos agressivos, sim. Dessa agressividade não temos medo.Não temos medo, do teatro que denuncia, da poesia que reivindica, do desenho que agride e que também acaricia.
Não temos medo do que causa náusea, nem do remédio oferecido.
Mas não queremos que ele venha da mesma mão que dilacera o que nos mantém ativos, vivos e humanos, mesmo que alguns digam que em demasia.O exagero nos cai bem, nos denuncia como membros ativos, vivos nessa sociedade, mesmo que alguns digam: - AGRESSIVOS EM DEMASIA! A demasia e nossa forma de ser nesses dias áridos.
Queremos SER em Demasia
A angústia, a agressividade, tudo que nós é visto como em demasia, nos chega com o liquido que transborda, nesse árido quente e nauseante tempo.Se interrompidos na sede de nossas idéias, queremos ainda mais vontade de reviver tudo que já foi dito é feito ou destruir tudo se for necessário.
Reescrever a próprio punho o que são idéias, sejam nossas ou dos que acreditamos.
Rápidos, velozes ou lentos, nós queremos companhia, acompanhar. Queremos espaço para o diálogo humano. Dançar os vários ritmos e as diversas falas,celebrar nossas diferenças e permitir os conflitos.
Queremos ver o que nos torna tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais...
Vamos falar de sexo, de política e de religião, de trabalho, futebol, arte, de gente, do caos, do urbano.
Vamos gritar sim, sussurrar também...
Pela poesia dessa cidade, por todo o povo que é nosso povo, pelos desenhos de nossos amigos, pela música, pelo teatro, pela arte e pelas idéias, pelo tempo, vamos levar os livros que gostamos, os filmes que assistimos, as revistas que lemos.
Vamos recortar o que nos faz bem e vomitar o que nos faz mal.
Porque tudo isso faz parte do nosso mundo e do mundo que a gente é!

E ... Nós ...
Nós estamos aqui... por quê...
Dante Dores ... ainda Ouve !
Maria João ... ainda Decide !
Nercinda Rocha ... ainda Sente !
Maria Macabéia Flores ... ainda Vive !
Noemi Maria ... ainda Espera !
Rosa Mística ... ainda Sonha