Abolição do Trabalho

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Hoje temos muito que comemorar afinal depois da abolição da escravatura, nos tornamos trabalhadores. Com direito a carteira registrada, trabalhar 8 horas, décimo terceiro salário, e todos os benefícios que um Estado de Bem-Estar pode proporcionar aos cidadãos.
E tão gratificante acordar de manhã pegar a merda de um ônibus lotado, ir numa fabricada com monte de filho da puta pra te controlar, ter quinze minutos de café, e depois voltar para aqueles exercícios repetitivos.
Mas o cenário pode mudar, no lugar da fábrica, pode ser um banco, uma Universidade, tanto faz, que é tudo na mesma lógica: Negação da Vida.
É uma puta de uma fudição ser trabalhador. E os economistas ainda nos dividem entre os mais e os menos fudidos.
Os menos fudidos são os caras do alto escalão, os da carteira carimbada: Escravo Oficial. Os mais fudidos, são os chamados trabalhadores informais. Vivem a margem, sem benefício algum. Ficam ai, se fodendo, dia de chuva, sol, tão lá vendendo rapadura, cabide, foto de nossa senhora, e por ai vai.
E os que tão no trabalho formal, sabem que a qualquer hora seus parcos direitos, já estão indo pelo ralo...tem lei circulando lá pelo congresso......
Querem flexibilizar a legislação trabalhista....Ou seja, agente vai se foder mais do que já se fode...Vai trabalhar, mais do que trabalha...vai viver menos do que já vive...
Mais agente não pode se revoltar não!!!!! É agente tem que aceitar tudo de bico calado. E se quiser reinvidicar, tem que ter argumentação.
Embora se saiba de toda essa palhaça que são esses conceitos, essas leis, que se é explorado, que o Estado é uma palhaçada, que a propriedade privada é um roubo, e que o trabalho e fonte de degradação da vida humana. Que nos ferramos todos os dias para ostentar a riqueza de meia dúzia de filha da puta. Ainda temos que ter argumentos, como se a realidade não fosse nosso maior argumento.
Diante de toda essa palhaçada que é a comomeração do dia do trabalhador, proponho que no dia 1 de maio, nos ferrados e fudidos com o trabalho e pelo trabalho, abolirmos-o definitivamente. Sim, chega dessa palhaçada de não sermos senhores de nosso tempo, de nossa vida...Chega de sermos servos voluntários...dessa porra de sistema...Provocar o caos para legitimar a vida.......Legitimar a vida provocando o caos...Ou abolimos o trabalho ou trabalho nos abolira... Qual a sua escolha????????

Dante Dores ainda resiste......

"Vale a Pena Sonhar"

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Rosa Mística chora e se emociona ao ver aquele homem corajoso pela TV !

“Vale a Pena Sonhar” é o nome do documentário, exibido na TV Cultura no programa Mundo Cultural. O documentário traz a trajetória de um homem que soube ouvir os gritos e sussurros mais intensos do povo urbano e até camponês. Herói de Três Pátrias, como assim o chamam percorreu por várias cidades do mundo espalhando seu sonho de mudança.

Sua trincheira sempre foi a atuação coletiva. Militar de formação, com e grande sensibilidade humana, saíu de uma prisão da ditadura estadonovista para ir à Espanha lutar contra as tropas fascistas de Franco; a seguir ajudou na Resistência francesa.
Apolônio da Carvalho ingressou no Partido Comunista do Brasil em 1937, assim que deixou a prisão onde se achava por seu apoio ao levante de 35. Nos anos 60, quando o movimento comunista brasileiro viveu a luta entre reformistas e revolucionários, ele rompeu com o PC Brasileiro e ajudou a fundar o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).
No período de abertura política, foi dos primeiros a assinar a ficha do PT, fazendo parte de sua direção nacional durante seus sete primeiros anos. Militou até o fim da longa vida, ajudando a eleger Lula presidente da República."De viver a vida não me fartou"
Apolônio foi um homem que viveu intensamente a sua vida, lutou, amou, perdeu amigos de muitos anos, nos períodos autoritários. Mas é possível ver de forma clara o seu otimismo: “de viver a vida não me fartou”.
http://www.vermelho.org.br/diario/2005/0924/0924_apolonio.asp

Queremos Mais ....

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Talvez existam coisas que me irritem bem mais que algumas das deficiências da cidade.
E... Saibam... São muitas as carências nossas e da nossa gente.

A maneira como vêem a arte, a produção artística, os artistas da cidade.
Talvez a maneira como as pessoas exijam isso me incomode muito mais.
Como se toda arte por aqui, precise ser tão limpa e asséptica, quanto um cadáver em formol.
Lamentavelmente a arte assim pensada é tão morta quanto.
Quanto tempo esse povo vai demorar pra entender que as cores, formas, as músicas, cenas, roteiros, as letras, os versos.
Tudo...
Movimenta-se...
Em constante mudança, em constante avivamento. Um gigantesco e vivo palco giratório! Num cubo de vários lados diferentes.

Não sei do que estou falando direito e não me importo muito. Sou apenas uma espectadora, não tenho olhos críticos treinados, exaustivamente treinados, fugi do exército, sou contra treinamentos... Já me bastam as salas de aula

Só sei, que sai da frente da minha tv e como não tenho ninguém pra fazer ninhos de páscoa e esconder ovinhos pelos cantos da casa, resolvi ir ao teatro.

A peça, Boa! Com interpretação bem trabalhada, leve, com finais felizes, bastante humor, falando de relacionamentos comuns, cotidianos, não faz muito meu estilo, gosto de socos no estomago, gosto do caos, mas foi bom estar ali em companhia de amigos que também amam teatro, sentir o balançar peculiar das cortinas, o cheiro característico da madeira das salas...
O som... As luzes, os escuros... Tudo tão presente, tudo tão em cena.
Maravilhosamente melhor do que a bestial tv dos feriados...

Fiquei além das coxias, pra conversas, com o povo do teatro, conversa pra troca de idéias, falando do texto, roteiro, história da companhia, como a peça foi pensada montada, destrinchada... Apresentada e recebida em outras casas.

Me senti na cozinha deles ...

Tudo ia bem, até um belo imbecil (eis o que me tirou do sério) com cara de defunto em formol, bestializado pelos vômitos dos livros que lê tanto quanto a tv dos que ele diz pobres e ignorantes, porque será que senti o fedor do que há de podre na nossa cidade nos comentários dele?

Se nosso teatro é elitizado e eu questiono, por Carlos Jardim, se revirando no tumulo.
É por que gente como ele tem acesso á mais espaços e discussões que alguém como eu. Por que gente como ele pode falar, além dos editais mornos do jornal, além das primárias salas de aula, gente como ele pode formar opinião.
E ... eles ... não fazem nada além de criticas banais, infundadas em surtos nostálgicos, sobre o que Blumenau já teve e sobre como Blumenau já foi!

Meus amigos abram os olhos, o passado é agora.

Eu quero mais que Lindolf Bell na minha cartilha de escola, Blumenau tem outros nomes, meu vão professor... Eu também quero escuta-los.
E se o senhor saísse mais vezes de sua confortável escrivaninha falaria deles com a mesma honra que merece nosso poeta dos girassóis que fala tão bem dos açus da nossa cidade.



Outra coisa que me fez urgir baquetas pelo ar...

Disseram que não há divulgação... Eu informo...
Os cartazes da Fundação cultural estão nos terminais urbanos, na fundação e no teatro Carlos Gomes.
Estão na internet, nas várias listas de e-mail de quem ama a arte por essa cidade...

Dizer que não há divulgação é fechar os olhos pra ela, por que ela está aí, nos roteiros que recebo todo dia.
Nesse nosso imenso palco giratório!



E eu Maria João ... mesmo tonta ... ainda decido ...