HoJe TEm MarMElaDA ?

terça-feira, 27 de março de 2007



Tem sim senhor !

Reeeeeeeespeitavel Público ! Atenção para o dia de hoje .. Que é o dia do palhaço e tb do malabarista.

Essa arte universal espalhou-se para o mundo
E aqui nesta terra de pão e circo SIM senhor !
Se fez o dia NACIONAL DO CIRCO.

Muitos artistas pelas ruas fazem de sua arte para transformar
e aquele quem vÊ quase nunca vai embora
sem tocar a consciência
sem forte bater as palmas
Pela arte que a todos encanta !

Rosa Mistica que é também da rua
Hoje quer homanegear
Especialmente aqueles q fazem da rua o seu palco principal
Dão ao povo o acesso a arte escondida nos teatros
Tão distante da vida cotidiana de quem trabalha noite dia
NAs fábricas e escritórios aprisionados pelas paredes e tb os relógios.

Isso é arte popular, arte que saí dos teatros para as ruas !

Dia 27 de Março

Dia Nacional do Circo


Dias Melhores ...

domingo, 18 de março de 2007

Eu Maria Macabéia Flores, neste dia quente e barulhento me sinto aturdida, não consigo entender o vaivém da avenida.
Procuro vestígios humanos nas páginas de jornal. Há tantas notícias, frases dispersas, fatos irreais. Quero entender o que se passa no mundo, não aquele dos profetas, mas este ao meu redor. Quero saber porque já não durmo mais, porque todos andam freneticamente, porque é proibido olhar, para além dos muros cinzas da cidade jardim.
Lembro, que quando abandonei minha terra, vim para cá atrás de uma vida melhor, tinha esperança de algo mais que feijão e carne seca. Li numa dessas revistas de capa colorida, que esta cidade é jardim, um dos melhores lugares do país para viver. Na página da revista, um gráfico colorido apontava altos índices de desenvolvimento humano. Achei que aqui os humanos eram diferentes, desenvolvidos. Então imaginei que haveria mais comida que na minha terra, mais emprego, mais possibilidades. E realmente há. Só que a comida desce pesada e amarga, ela existe nas prateleiras dos supermercados. O trabalho também há por todos os lados de todos os tipos e toma quase todas as horas do dia dessa gente.
Acho irônico que se em minha terra a gente morre de escassez, aqui se morre de excesso.
Um excesso fragmentado, vigiado, assumido. E eu já não sei se há lugar em que se possa ser, por inteiro, completo e não só, fragmentos.
Não tenho mais dúvidas, realmente nasci ao avesso. E esse mundo é inviável. Eu devia ser flor, pelas agruras do destino tornei-me navalha afiada. No prédio de Nercinda, procuro com os olhos e luneta da amiga, alguma fresta, desvio, dobra, qualquer sobra que permita ser por inteiro, nessa cidade a qual só me permitem ser fragmento....

Maria Macabéia Flores... ainda vive ...

Etanol !

sexta-feira, 9 de março de 2007




Nercinda Rocha escutou de sua amiga Macabéia, mulher forte e inteligente, que em sua terra quase tudo é seco e árido. E Nercinda Rocha já escutou muitos dos que chegam até ela, falando que a culpa da pobreza de nosso país, esta no povo de Macabéia.

Nercinda rocha não entendeu... E não quer entender, prefere achar que a culpa de algo ser seco e pobre, é falta de água.

Quem levou a água do povo de Macabéia?

Ela lembra que quando menina, leu num livro que dizia que no Nordeste (terra de Macabéia) a terra, o chão, já foram vivos, mas morreu, foi explorada até a exaustão, até não ser mais ela, com gigantescas plantações de cana.

A cana vinha, o povo também, queimava a cana, cortava a cana, virava o chão, plantava cana, a cana vinha, o povo também, queimava o chão e o povo cortava, a terra cansou... De tanta cana, de tanto corte, de tanto queimar, a terra secou... Pra mandar açúcar pra gente que não falava a língua de Nercinda Rocha, nem de Macabéia.

Dona Nercinda entendeu que a terra ficou pobre e o povo também e nisso não havia açúcar, nem melado.

Dona Nercinda espia a tv na casa do vizinho, tudo que ela enxerga e pela luneta.
Vê. Escuta. Está atenta.
O país vai investir em Etanol, palavra esquisita pra algo que vem do doce da cana.
Na imagem...
Enormes plantações de cana de açúcar...
Pra mandar para os Estados Unidos.

Dona Nercinda se preocupa. Mais seca? Mais terra morta pelo povo que não é ela.
O povo que é ela ficará pobre... E sua Terra destruída?

Dona Nercinda Rocha, Respira Fundo e desvia o olhar para a praça da Universidade. Larga a Luneta e vai dormir preocupada, me deixando as suas inquietações.

Nercinda Rocha ... ainda sente !