Manifesto Do mundo Gritos e Sussurros Urbanos

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Queremos o mundo ao avesso!

Se este que nos é apresentado, é o considerado direito.Queremos tece-lo com novos tons, novas tintas, com nova trilha sonora, representado e escrito em novas formulas, ferinas, selvagens, ou leves. Queremos novas formas, novas possibilidades.
Queremos escrever sobre o que nos agride, nos amaldiçoa, nos incomoda.
E como falar o que nos incomoda sem sermos agressivos?Mas do que isso, como usar os espaços a nós oferecidos, sem tornar nossos sentidos, sentimentos e opiniões um mero objeto de manipulação, no trabalho, na universidade ou nos nossos diversos grupos de discussão.
Queremos o novo, o humano, o imperfeito.
O NOVO que é visto como PERIGOSO, é leve e intenso, por ser Humano e Imperfeito. PERIGOSO! ... PODEM AMEAÇAR... Nós, não queremos perder isso e nem temos medo de sermos levados em mal entendidos.O que queremos, o que imaginamos, o que buscamos é o espaço, pra falar, pra gritar, ou mesmo comungar o silêncio quando é a única alternativa para extravasar nossos sentidos, transformar em signo, palavra, dita, proferida ou anunciada.
Queremos espaço para calar!
Queremos expressar nossas formas, sermos humanos. Arregaçar nosso peito e deixar a mostra nossos corações aflitos, angustiados, esfaqueados.Se isso parecer agressivo.Tudo bem. Por isso e nisso somos agressivos, sim. Dessa agressividade não temos medo.Não temos medo, do teatro que denuncia, da poesia que reivindica, do desenho que agride e que também acaricia.
Não temos medo do que causa náusea, nem do remédio oferecido.
Mas não queremos que ele venha da mesma mão que dilacera o que nos mantém ativos, vivos e humanos, mesmo que alguns digam que em demasia.O exagero nos cai bem, nos denuncia como membros ativos, vivos nessa sociedade, mesmo que alguns digam: - AGRESSIVOS EM DEMASIA! A demasia e nossa forma de ser nesses dias áridos.
Queremos SER em Demasia
A angústia, a agressividade, tudo que nós é visto como em demasia, nos chega com o liquido que transborda, nesse árido quente e nauseante tempo.Se interrompidos na sede de nossas idéias, queremos ainda mais vontade de reviver tudo que já foi dito é feito ou destruir tudo se for necessário.
Reescrever a próprio punho o que são idéias, sejam nossas ou dos que acreditamos.
Rápidos, velozes ou lentos, nós queremos companhia, acompanhar. Queremos espaço para o diálogo humano. Dançar os vários ritmos e as diversas falas,celebrar nossas diferenças e permitir os conflitos.
Queremos ver o que nos torna tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais...
Vamos falar de sexo, de política e de religião, de trabalho, futebol, arte, de gente, do caos, do urbano.
Vamos gritar sim, sussurrar também...
Pela poesia dessa cidade, por todo o povo que é nosso povo, pelos desenhos de nossos amigos, pela música, pelo teatro, pela arte e pelas idéias, pelo tempo, vamos levar os livros que gostamos, os filmes que assistimos, as revistas que lemos.
Vamos recortar o que nos faz bem e vomitar o que nos faz mal.
Porque tudo isso faz parte do nosso mundo e do mundo que a gente é!

E ... Nós ...
Nós estamos aqui... por quê...
Dante Dores ... ainda Ouve !
Maria João ... ainda Decide !
Nercinda Rocha ... ainda Sente !
Maria Macabéia Flores ... ainda Vive !
Noemi Maria ... ainda Espera !
Rosa Mística ... ainda Sonha